Atividade interdisciplinar tem como tema saúde mental nas organizações
“A saúde mental nas organizações” foi tema de atividade interdisciplinar realizada com os alunos do 5º período do curso de Administração da FAACZ em parceria com o curso de Psicologia. Os professores da faculdade, Jussélio Rodrigues Ribeiro e Danielle Guss, foram responsáveis pelo trabalho interdisciplinar, que aconteceu em sala de aula.
Na ocasião, a professora e psicóloga Danielle Guss citou Michael Foucault que em seu Vigiar e Punir (1975) aponta que com o advento do capitalismo e para que este se consolidasse, foram criadas instituições disciplinares: manicômios, prisões, conventos, escolas, indústrias. Instituições que promoviam a docilização dos corpos. Corpos aptos ao trabalho, instrumentalizados, o que o autor chama de adestramento dos corpos, obediente.
Segundo o professor Jussélio, “a temática vem em boa hora, pois os alunos trabalharam o subsistema de RH, manter pessoas, e dentro desse subsistema, dentre outras coisas, vimos o quanto é importante os cuidados da saúde e da segurança do trabalhador em todos os seus aspectos”.
“As instituições disciplinares têm o objetivo de ensinar como se vive, com esperanças de que este modo era o bom e que ele te levará a vitórias, as conquistas, basta que haja um esforço. Temos uma sociedade disciplinar, descrita pelo filósofo. A disciplina agirá em favor do lucro”, explicou Guss.
De acordo com a professora Danielle, um produto da disciplinarização é o apagamento das diferenças, construímos a normalidade e o que foge ao normal temos então o patológico como nos diz Canguilhem em “O normal e o patológico”. “Hoje em dia vivemos a cultura da pressão: por tempo, por resultados, por um corpo bonito, enfim, por tudo, além das nossas cobranças individuais”, afirmou a docente do curso de Psicologia.
Em sua fala, a professora Danielle cita a autora Suely Rolnik em um texto chamado: “Fale com ele” ou como tratar o corpo vibrátil em coma. Nele a autora nos faz pensar em como ficam as forças de criação dentro deste sistema político-econômico.
“Para responder a pressão feita em nossa subjetividade é que se faz necessária a potência da criação e de resistência. Como liberar a vida desta dinâmica que as sufocam? Pergunta que a autora nos traz. E complementa com uma citação da autora: os sintomas mais recorrentes: a síndrome do pânico, as depressões inespecíficas e a exaustão sem fim, o tão divulgado stress cuja manifestação mais extrema é curiosamente chamada de burn out”, explicou Guss.
“A dinâmica da aula da professora Danielle chamou tanta a atenção dos alunos, ou seja, os cuidados que a área de Recursos Humanos tem que ter com a sua força de trabalho. Isso é fundamental em um momento em que somos altamente cobrados por resultados sem perceber o entorno em que estamos inseridos. Nesse sentido, temos a agradecer a professora Danielle pelos conhecimentos ensinados”, disse o professor Jussélio.
Saiba a opinião dos universitários sobre a atividade
“Palestra sensacional. Tema muito sensível e necessário na atualidade. Verdadeiro diálogo aberto”. Jordana dos Santos Francisco
“A palestra foi fundamental, pois muitas vezes estamos sujeitos a sentimentos que são devidos a saúde mental, mas não percebemos, e nos submetemos a coisas que nos fazem adoecer. Podemos nos abrir e ficarmos em alerta sobre o diálogo, a fala, que é primordial para nossa saúde mental. Não importa o lugar onde estivermos”. Jullie Forestti Caliman
“Participar da palestra com a psicóloga Daniele foi uma honra, confesso que saí da aula completamente diferente. Eu sempre me cobrei muito em tudo que faço, e com ela aprendi que estava tudo bem se não desse certo, eu não ia ser ruim, por isso. A palestra foi mais que uma palestra, foi uma abertura ocular.
Se todos pudessem ouvir as palavras que foram ditas e aplicassem no dia a dia, não teríamos tantas pessoas doentes. Amei participar e participaria mil vezes”. Kesia Ribeiro de Oliveira
Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br