Psicóloga do comportamento conversa com universitários de Psicologia sobre o método ABA

Os universitários do 5º período do curso de Psicologia da FAACZ participaram de mais um bate-papo organizado pela prof.ª Fernanda Silva de Almeida Resende, responsável pela disciplina de Psicologia do Desenvolvimento III. Para abordar a Análise do Comportamento Aplicada ou ABA (Applied Behavior Analysis, na sigla em inglês), em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi convidada a psicóloga Miriam Medeiro.

 

A atividade foi realizada de forma remota pela plataforma Teams da Microsoft e teve como objetivo promover a aproximação da prática em ABA com autistas para os acadêmicos de Psicologia. Miriam é especialista na Análise Aplicada do Comportamento em crianças que apresentam algum transtorno no desenvolvimento. Ela atua na Clínica Realiza de Intervenção Comportamental em Vitória (ES).

 

“Quando trabalhamos na área do desenvolvimento infantil, dos transtornos, geralmente, é requerido uma carga horária intensa de intervenção semanal. Sendo assim, é recomendado 10, 20 até 40 horas semanais para que a intervenção consiga ter efeito, de forma mais breve possível. E, a criança, consiga ter o seu desenvolvimento em todas as suas áreas: cognitiva, social, afetiva, etc”, exemplificou a psicóloga convidada.

 

Durante o bate-papo com os acadêmicos da FAACZ, Miriam pontuou alguns conceitos importantes, e, explicou como é feito o tratamento e acompanhamento de pessoas com autismo através do ABA. Ressaltou que cada caso é acompanhado individualmente, não havendo um protocolo padrão de atendimento.

 

Miriam é especialista na Análise Aplicada do Comportamento. Foto: Divulgação

“É importante entender os pilares do comportamento. A primeira é que as pessoas precisam ou querem aprender algo novo ou têm algo no repertório dessa pessoa que não seja algo muito bom para ela. Precisamos reduzir ou atenuar esses comportamentos. Afinal, estamos ensinando novas habilidades, ao mesmo tempo em que estamos reduzindo e enfraquecendo, ou até mesmo extinguindo aqueles comportamentos que, ocasionalmente, não têm sido bem funcionais, saudáveis para essa criança, para esse indivíduo”, pontuou Miriam.

 

Ainda de acordo com a psicóloga do comportamento: “Todo planejamento de intervenção precisa ser individualizado, pois o aprendizado não é feito da mesma maneira pelos indivíduos. O autismo, hoje, tem sido um dos transtornos do desenvolvimento mais difícil de ser diagnosticado, pois na maioria das vezes a criança apresenta características muito sutis, que não são tão perceptíveis. Geralmente, apresenta-se sintomas mais graves após os cinco anos de idade, sendo um diagnóstico mais concluso. É importante que, no primeiro sinal ou dúvida se procure um especialista para estar fazendo essas investigações, o quanto antes”, ressaltou.

 

Na ocasião, Miriam explicou ainda sobre a função dos coordenadores, supervisores e aplicadores dentro da equipe de comportamento, que atende ao paciente que tem algum tipo de transtorno. Ela também falou sobre os protocolos internacionais, que são utilizados para fazer a análise comportamental da criança e do indivíduo, bem como, a análise in loco de lugares que a pessoa frequenta como escola, ambiente familiar, dentre outros. 

 

Segundo a psicóloga convidada, esses protocolos trabalham muito em cima do desenvolvimento de linguagens, da socialização e dos problemas comportamentais das crianças, dos indivíduos.

 

“Em termos práticos, de organização, existe a Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC), que trabalha com análise do comportamento no Brasil. Essa associação tem realizado tentativas para regulamentar a profissão de analista do comportamento. Isto, porque, essa função acaba excedendo um pouco a questão do psicólogo. Análise do Comportamento é uma ciência que está aberta, tanto para profissionais da Saúde, quanto da Educação”, afirmou Miriam.

 

Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br
 

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