“Saúde Mental e RAPS” são tema de conversa com alunos de Enfermagem

“A Política Nacional de Saúde Mental e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)” foram o tema do evento “Diálogos em Saúde Mental” realizado com os estudantes do 7º período do curso de Enfermagem da FAACZ. O bate-papo com os universitários aconteceu de forma remota devido o momento de pandemia que vivemos. A atividade foi mediada pela professora, Karina de Andrade Fonseca, responsável pela disciplina de Saúde Mental e Psiquiatria.

 

O palestrante da noite foi o enfermeiro Lincoln Carlos Macedo, que é especialista em Saúde Mental e coordenador do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Cachoeiro do Itapemirim/ES, referência técnica do Sul capixaba. Na ocasião, Lincoln falou que a Política de Assistência em Saúde Mental vem sofrendo mudanças em sua estrutura atual, embasada na Reforma Psiquiátrica e na desinstitucionalização.

 

Atividade mediada pela prof.ª Karina Fonseca, responsável pela disciplina de Saúde Mental e Psiquiatria. Foto: Divulgação

“Hoje, tem ganhado força o debate da assistência pautada no modelo asilar, o que pode promover retrocesso em anos de luta antimanicomial, que se pauta na assistência psicossocial às pessoas acometidas por algum nível de sofrimento psíquico”, pontuou o especialista em Saúde Mental.

 

O enfermeiro contou ainda sobre a trajetória da Política Pública de Saúde Mental no Espírito Santo e defendeu a importância do conceito de “Clínica Ampliada” como guia das práticas do profissional da Saúde Mental, considerando o disposto na Política de Humanização do Ministério da Saúde.

 

“A clínica ampliada é uma das diretrizes que a Política Nacional de Humanização propõe para qualificar o modo de se fazer saúde. Ampliar a clínica é aumentar a autonomia do usuário do serviço de saúde, da família e da comunidade. É integrar a equipe de trabalhadores da saúde de diferentes áreas na busca de um cuidado e tratamento de acordo com cada caso, com a criação de vínculo com o usuário”, destacou o palestrante.

 

Segundo Lincoln, “a vulnerabilidade e o risco do indivíduo são considerados e o diagnóstico é feito não só pelo saber dos especialistas clínicos, mas também leva em conta a história de quem está sendo cuidado. Por isso, o enfermeiro deve ser formado para pautar a sua atuação considerando as diretrizes da humanização em saúde e no conceito de saúde para além da ausência de doença, mas sim, como qualidade de vida, socialização e bem-estar”.

 

No encerramento, o especialista em Saúde Mental destacou para os universitários da FAACZ a importância de o profissional da Enfermagem conhecer o território em que trabalha, os modos de vida dos que ali vivem, o cotidiano dos moradores e também os demais serviços existentes para que possa trabalhar em rede na sua Assistência em Saúde.

 

O Diálogo em Saúde Mental permite que os acadêmicos ouçam experiências vividas pelos profissionais, o que auxilia no processo de formação profissional, uma vez que essas experiências, nos servem de modelo para possíveis casos a serem por nós atendidos. Nos mostra que não basta “atender” ao indivíduo. É preciso ouvir, entender as suas necessidades e orientar/tratar de forma individual. É um processo que se inicia desde a gestação, passa pela infância, pela vida adulta e vai até o envelhecimento”, salientou a estudante de Enfermagem Malena Agostini Dalpiero.

 

Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br

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