Secretário da Sesp conversa com professores e alunos da FAACZ sobre a violência contra mulher

Foto: Ariel Cerri

Professores e estudantes dos cursos de Direito e Pedagogia da FAACZ participaram, na última sexta-feira (10), de um bate-papo com o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), André Garcia, sobre a realidade da violência contra a mulher no Espírito Santo. O diálogo e a reflexão sobre esse assunto fazem parte do movimento de combate à violência contra a mulher lançado no mês passado, pelo governo do Espírito Santo, para mobilizar a população capixaba.

Antes do bate-papo realizado no auditório da FAACZ, o secretário André Garcia, acompanhado da chefe de gabinete, major Luciana Ferrari e do capitão Ricardo Nunes, se reuniu com a presidente da Fundação São João Batista (FSJB), mantenedora da FAACZ, Celi Cabral; a diretora acadêmica da faculdade, prof.ª Adriana Recla e os coordenadores dos cursos de graduação. Em seguida, o secretário da Sesp conferiu o andamento da 2ª Competição de Pontes de Palitos de Bambu, que estava sendo realizada na quadra poliesportiva da instituição.

Durante a sua conversa com os universitários e professores o secretário da Sesp apresentou exemplos de casos de violência doméstica, familiar e de homicídio de mulheres. Casos que servem para provocar debate sobre o tema que precisa indignar os capixabas que são os altos índices de violência e homicídio de mulheres, no Espírito Santo. No Estado, em 2017, foram assassinadas mais de 100 mulheres.

André Garcia pontuou a mudança de cultura, e a forma de se relacionar e observar as mulheres. Mudar essa cultura pelo diálogo é a maneira mais completa, pois o ambiente familiar é o local onde o Estado não está integralmente para impedir os crimes contra as mulheres.

“Precisamos mudar nossas formas de tratar as frustrações, um dos principais fatores que levam a violência. O jovem não aceita o fim do relacionamento e acha que possui o direito de agredir ou matar a companheira. Porque não soube ouvir um não, o fim do laço de união, não aceita independência da parceira. Isso acarreta o ato do crime”, exemplificou Garcia.

O secretário apresentou ainda tipificações penais e lembrou que homicídio de mulher, com a reformulação da legislação penal, não se trata mais de crime passional, velha expressão usada para tratar o assunto. Homicídio de mulher, pelo simples fato da condição de mulher é feminicídio.

A presidente da FSJB, Celi Cabral, acrescentou a importância da inserção do tema no meio acadêmico. “Ter o secretário da Sesp, André Garcia, em nossa instituição foi enriquecedor. Trouxe novos conhecimentos aos nossos alunos dos cursos de graduação, em especial, aos estudantes de Direito ao falar sobre feminicídio e segurança pública em nosso Estado. Sem contar que representa a aproximação entre a academia e o governo estadual. Os temas abordados como a violência contra a mulher são importantes e mostram cada vez mais que a sociedade é corresponsável pelo que acontece em nosso Estado, município e país”, concluiu.

Saiba a opinião de quem participou do bate-papo

“Ao discutirmos o feminicídio compreendemos que se fazem necessárias mudanças em toda a sociedade. A violência contra a mulher não é só representada pela violência doméstica, qualquer ato violento contra a mulher deve ser considerado feminicídio e tratado como tal. Enquanto estudante e mulher percebo o quanto é necessário discutir esse assunto para que nos tornemos melhores cidadãos e, principalmente, melhores seres humanos”. Francine Meireles Bitti – I Ciclo, Módulo III, de Pedagogia

“Durante o debate foram abordados a Lei Maria da Penha e o crime de feminicídio. Ambos que tutelam as mulheres contra violências domésticas e familiares, e o feminicídio exclusivamente pela sua fragilidade, pelo seu sexo feminino, agressão e morte por ser mulher. O secretário foi bem didático e utilizou de vários casos reais para explanar um assunto polêmico em nossa sociedade”. Josiane Lemos Guilherme – 6º período de Direito.

Texto: Alessandro Bitti
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