Universitários de Psicologia conversam sobre as facetas da exclusão social no Brasil

Durante o encontro, Roberta que é psicóloga abordou os diferentes contextos sociais e as nossas relações, enquanto indivíduos. Foto: Divulgação.

“Psicologia e as diversas facetas da exclusão social no Brasil” foi tema de conversa realizado com estudantes do 5º período do curso de Psicologia da FAACZ. O bate-papo foi acompanhado pela coordenadora do curso, prof.ª Karina de Andrade Fonseca, que ministra a disciplina de Psicologia Social. O tema foi abordado por Roberta Zacché Iglesias, palestrante convidada.

 

A atividade aconteceu de forma remota e recebeu o nome de “Diálogos em Psicologia Social”. Na ocasião, Roberta que é psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I) de Santa Maria de Jetibá/ES e especialista em Atenção Primária à Saúde e em Gestão Pública Municipal abordou os diferentes contextos sociais e as nossas relações, enquanto indivíduos.

 

Trabalhou ainda os temas de exclusão e inclusão problematizando como a Psicologia pode contribuir para práticas que não reforcem contextos em que as pessoas passem por processos de exclusão. “Se pensarmos que o conceito de exclusão foi criado pautado no debate da garantia de direitos, as políticas públicas veem em uma construção para colocar uma possibilidade de igualdade entre os cidadãos”, afirmou a palestrante.

 

De acordo com Roberta que tem experiência na Proteção Social Básica e na Proteção Social Especial de Média e de Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), os profissionais da área de saúde são considerados profissionais essenciais, especialmente, no contexto de pandemia.

 

“Os de educação são essenciais para a educação, mas, nesse momento da pandemia, eles são essenciais para a educação em saúde. São essenciais para manter a rotina acadêmica do aluno, mas eles não são essenciais como são os coveiros, como são os garis, como são os caminhoneiros, etc.”, ressaltou Roberta.

 

Ainda de acordo com a palestrante, quando houve indicativo de greve dos caminhoneiros, já se acendeu um alerta porque se eles param, gera um desabastecimento em série nas mais diferentes áreas, inclusive da saúde.

 

“Esses profissionais, e outros considerados essenciais, são essenciais para uma pandemia de saúde. Se fosse uma pandemia educacional, os profissionais da educação seriam considerados essenciais e outros que nessa pandemia estão sendo considerados essenciais não seriam. Então, esse é um exemplo de um processo de exclusão e inclusão. Sempre temos que olhar para entender esse processo em qual contexto, qual é a “fotografia” do momento”, explicou a psicóloga do CAPS.

 

Segundo a coordenadora do curso de Psicologia, o evento se configurou como uma possibilidade de aprofundamento do conteúdo teórico sobre os processos psicossociais da Exclusão Social, tema que foi estudado na disciplina Psicologia Social.

 

“A presença de um profissional da área da Psicologia, que partilhou a sua experiência de trabalho em contextos de exclusão foi um diferencial no aprendizado dos alunos, pois tiveram a oportunidade de compreender como os constructos teóricos da Psicologia Social sobre a temática podem ser aplicados nos mais diferentes contextos em que ocorrem os processos de exclusão”, pontuou a professora Karina.

 

Para Nathália Imberti Ravani o bate-papo com a psicóloga Roberta nos mostrou que o nosso país ainda é permeado por realidades marcadas pela desigualdade e, consequentemente, pela exclusão social.

 

“Roberta pontua que nenhum processo é totalmente includente ou totalmente excludente, ou seja, sempre haverá exclusão, seja ela em maior ou menor grau. Um exemplo que ela cita e que me chamou atenção, é sobre o agendamento da vacina da Covid 19, que é feito de forma online. A maioria dos idosos, por exemplo, não possuem esse acesso às mídias digitais, o que os torna não inclusos neste processo”, disse a universitária da FAACZ.

 

Ainda de segundo a estudante de Psicologia: “Roberta também frisou a importância de nós, enquanto futuros profissionais de Psicologia, estarmos atentos ao nosso fazer psi. De que forma estamos incluindo? Como podemos mitigar a exclusão social e os efeitos dela? Estabelecer vínculos é de suma importância nesse processo. Que venham mais bate-papos como este”, salientou.

 

Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br

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