Escritor fala sobre a formação histórica e cultural de Aracruz para universitários

O escritor Rogério Sarmenghi, membro fundador da Academia Aracruzense de Letras (Acal) conversou com os estudantes do 1º período dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da FAACZ, no último dia 05. O convite foi feito ao escritor aracruzense pelos professores, Adriana Recla Sarcinelli e Marcos Roberto Teixeira Halasz, responsáveis pela disciplina “Extensão Interdisciplinar I”.

 

Os professores, Adriana Recla e Marcos Halasz, recebem o escritor aracruzense, Rogério Sarmenghi. Fotos: Alessandro Bitti

Segundo os docentes, o objetivo do bate-papo foi inserir o acadêmico no eixo de Cultura, Linguagem e Patrimônio como um dos processos fundamentais do comportamento solidário e transformador facilitando a compreensão dos relacionamentos interpessoais e do indivíduo com a sociedade.

 

Durante o encontro com os universitários, Rogério contou histórias sobre a formação de Aracruz, do pioneirismo da expedição Tabacchi que deu início à imigração em massa de italianos para o Brasil; da formação do povo aracruzense, composta por etnias de índios tupiniquins e guaranis, de italianos, de portugueses e de afrodescendentes, além da passagem de Dom Pedro II por Santa Cruz, passando por Barra do Sahy e Barra do Riacho.

 

Além disso, o escritor aracruzense falou sobre a importância da cultura e do artesanato aracruzense, que é muito forte e importante na geração de renda e na divulgação do município. Afinal, mais de 700 pessoas estão envolvidas diretamente no Setor de Turismo em Aracruz.

 

“O turismo é uma grande fonte de renda. Se abrirmos a nossa visão sobre a cultura e pensarmos do ponto de vista do empreendedorismo. Deveríamos ter políticas públicas em nosso município com esse foco. As oportunidades são muitas e dentro da cultura existem várias que valem a pena entender e pesquisar”, salientou Rogério.

 

Como forma de aprendizagem, os universitários terão que fazer um planejamento de projetos e/ou atividades referentes ao Eixo Cultura, Linguagem e Patrimônio.

Segundo o escritor, o Congo é um legado afro-brasileiro, entretanto, explicou Rogério que essa manifestação de caráter popular foi criada pelos índios tupiniquins. Ele afirmou ainda que Aracruz é um dos municípios mais multiculturais do Espírito Santo e é o único município capixaba com índios aldeados.

 

“Temos uma dívida no Brasil com o afrodescendente. Fomos os primeiros a trazer escravos e os últimos a abolir a escravidão. Sem contar que, abandonamos todos os negros escravos a própria sorte. Por isso, todo respeito e valorização que pudermos ter com o afro-brasileiro é muito bem-vindo”, ressaltou Rogério.

 

Na ocasião, Rogério ainda falou sobre os costumes portugueses que foram impostos aos indígenas, sobre a nova miscigenação que surgiu do envolvimento de índios com portugueses: o caboclo. A respeito dos índios guaranis que além do Português falam a sua língua materna: o Guarani. Do resgate da cultural indígena na década de 70.

 

Além disso, ele explicou a diferença entre patrimônio material e imaterial, Rogério falou também sobre a identidade de um povo. Sobre a descendência italiana em Aracruz e no Espírito Santo.

 

“A história da emigração italiana no Espírito Santo começa em nosso município. Aracruz, portanto, é berço da imigração italiana no Brasil. Pietro Tabacchi realizou uma expedição particular e trouxe vários italianos para o país”, afirmou o escritor aracruzense.

 

Rogério ressaltou: “Em Aracruz é muito forte a cultura italiana. Temos em Guaraná, o Gruppo Di Ballo Nova Trento e a Festa do Imigrante Italiano “Italia Unita”, que visa celebrar a cultura italiana, chamando a atenção das pessoas para sua história e, ao mesmo tempo, resgatar os costumes e tradições”.

 

Durante o momento de integração, a prof.ª Adriana falou sobre a sua experiência cultural em Portugal, Canadá e Estados Unidos, dentre outros locais que visitou.

No encerramento do encontro, o escritor aracruzense sugeriu que os universitários da FAACZ visitem os Museus de Santa Cruz e de Guaraná e conheçam mais sobre a história do município de Aracruz e do seu povo.

 

“Sem a cultura na sociedade a gente não consegue passar para os nossos filhos ou para futuras gerações, o que somos e porque somos, o que temos, o que pensamos, as nossas cresças, os nossos valores. Tudo está ligado à cultura, a nossa identidade enquanto indivíduos na sociedade. A questão cultural é importante ser estudada para que a gente possa entender o nosso dia a dia, nossos costumes e para gente pensar nos nossos filhos e netos”, salientou Rogério.

 

Após o bate-papo com o escritor aracruzense, os universitários terão que fazer um planejamento de projetos e/ou atividades referentes ao Eixo Cultura, Linguagem e Patrimônio com o objetivo de preservação da Cultura, Linguagem e Patrimônio Local. Esses trabalhos serão avaliados pelos professores, Adriana Recla Sarcinelli e Marcos Roberto Teixeira Halasz.

 

Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br

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