“Cultura Indígena no mundo contemporâneo” é tema de roda de conversa com alunos do 1º período dos cursos de graduação da FAACZ

Fotos: Alessandro Bitti

Os estudantes do 1º período dos cursos de graduação da FAACZ (Administração, Ciências Contábeis, Engenharia Mecânica, Psicologia e Direito), matriculados na disciplina de “Extensão Interdisciplinar I”, ministrada pelos professores, Marcos Halasz, Lanna Clicia e Arismar Manéia, participaram de uma roda de conversa, no dia 25 de abril, que teve como tema central “Cultura Indígena no mundo contemporâneo”.

 

A atividade faz parte do eixo temático “Ações Afirmativas, Inclusão Social e Igualdade Étnico-raciais”, do Comitê de Extensão da FAACZ. Apresentar aos universitários um pouco da cultura indígena, e ressaltar a sua importância e sua preservação no mundo contemporâneo foi um dos objetivos do bate-papo organizado pela supervisora de Extensão, prof.ª Lanna Clicia e pelo presidente do Comitê de Extensão da FAACZ, prof. Arismar Manéia. A roda de conversa aconteceu no auditório da faculdade.

 

Para conversar com os estudantes de graduação da FAACZ, foi convidado o vice-cacique da aldeia Nova Esperança (Aldeia Kaagwy porã), Maynõ Guarani (Wera Tukūbo). Durante o bate-papo o vice-cacique explicou aos universitários que no município de Aracruz existem cinco comunidades de Guaranis, localizados nas aldeias: Piraqueaçu, Três Palmeiras, Boa Esperança, Olho D’Água e Nova Esperança. Aracruz é a única cidade do Espírito Santo que ainda possui índios aldeados e com duas etnias: Guarani e Tupinikim.

“Hoje, estou numa comunidade recente, que é a aldeia Nova Esperança (Kaagwy porã). Essa comunidade plantou nos últimos oito anos, cerca de 250 mil mudas de árvores frutíferas e nativas. Os Guaranis mantêm a língua nativa dentro da comunidade a qual pertencem. Além disso, fazemos artesanatos típicos culturais, que servem de subsistência para muitas famílias”, ressaltou Maynõ Guarani

 

Maynõ é formando em Educação Indígena pela UFES, atuou por quatro anos como professor da rede municipal, de Ensino Fundamental, de Aracruz, na escola indígena Guarani (Ãrãdu REtxakã), localizada na aldeia Três Palmeiras, próxima ao distrito de Santa Cruz. Durante o bate-papo Maynõ falou com os universitários sobre a forma que o povo indígena ainda é representado no imaginário popular do brasileiro oriundo de outras etnias.

 

“Quando falamos de indígenas, geralmente, nos remetemos a figura dos séculos XV e XVI. Entretanto, a inovação e a tecnologia estão disponíveis para todos. Acredito que a forma que usamos essas ferramentas pode ser boa ou ruim. Contudo, temos que saber a maneira mais adequada de fazê-la e quais conteúdos vamos passar, através dessas ferramentas tecnológicas”, pontuou o vice-cacique.

“Acredito que precisamos romper essa barreira da ignorância. Precisamos conhecer a realidade dos povos indígenas do Brasil e desconstruir essa concepção equivocada sobre a população indígena”, finalizou dizendo Maynõ Guarani (Wera Tukūbo), que desenvolve conteúdo audiovisual, documentários, webséries, e, atualmente faz parte do Primeiro Núcleo de Audiovisual Indígena do Espírito Santo: o @reikwaapa.

 

Para o estudante do curso de Direito, Artur Henrique dos Santos, é muito importante valorizarmos a cultura indígena existente em um município como Aracruz.

 

“O nosso município é referência em povo, cultura e território indígena no Estado.  Os indígenas trabalham, estudam, produzem e consomem no comércio local, injetando grande quantidade de recursos na economia do município. Valorizar a cultura indígena, é dar continuidade ao processo de inclusão deste povo, que ainda sofre muitos preconceitos”, alertou o universitário da FAACZ.

“Como estudante universitário, percebo que temos que valorizar todas as etnias que fazem parte do povo aracruzense. É muito importante para as futuras gerações conhecerem suas raízes, sua origem. E, o povo indígena é uma peça fundamental da cultura e da história do município de Aracruz. Esse povo nos traz um diferencial, que possibilita termos um turismo mais forte, com novos atrativos que auxiliam na sua divulgação frente há outros municípios e aos demais estados, chegando até mesmo em países estrangeiros”, disse Orlando das Neves Castro, aluno do curso de Engenharia Mecânica.

 

Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br

 

Data da publicação: 28/04/2023

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