Outubro Rosa: Roda de conversa aborda “Violência à Mulher: Práticas e Desafios”

Fotos: Alessandro Bitti

“Violência à Mulher: Práticas e Desafios” foi o tema da roda de conversa organizada pelo curso de Enfermagem da FAACZ. O bate-papo aconteceu no auditório da faculdade e teve como palestrantes convidadas, Dr.ª Amanda da Silva Barbosa, delegada de Polícia titular da DEAM/DPCAI de Aracruz; a enfermeira Karolina Gonçalves Nunes; a assistente social Denise Nunes de Paula, servidora pública municipal e a psicóloga Eliane Barcellos Souza, servidora efetiva municipal, que atua na área da Saúde Mental, pública e privada.

 

Foi mediadora na roda de conversa, a professora da FAACZ e psicóloga Marta Rossoni. Participaram do momento, os estudantes de vários períodos do curso de Enfermagem, professores e as preceptoras: Elisangela Rodrigues Pereira, Sabrina Maria Batista do Nascimento e Sheila da Penha Moraes Santos. O coordenador do curso de Enfermagem da FAACZ, prof. João Carlos Arivabene, foi anfitrião do evento e recebeu as palestrantes convidadas.

 

“Um dos focos desse encontro é o ‘Outubro Rosa’, mas, enquanto futuros profissionais da saúde, que nossos alunos irão ser e, nós, enquanto profissionais da área, não podemos deixar de fora outros temas que são tão relevantes, quanto. Por isso, o nosso tema de hoje será a violência à mulher. Precisamos entender que esse nicho tem que ser ampliado e melhor discutido. Daí a importância de sabermos o que vivenciamos na prática, e, quais são os potenciais desafios que nos colocam enquanto profissionais da área da saúde”, disse o professor João na abertura da roda de conversa.

 

O momento foi organizado em prol da campanha “Outubro Rosa”, que é celebrada anualmente com objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama. A roda de conversa também fez parte da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), organizada pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da Fundação São João Batista (FSJB), que tem como mantidas o Centro Educacional de Aracruz (CEA) e as Faculdades Integradas de Aracruz (FAACZ).

 

Segundo a delegada de Polícia titular da DEAM/DPCAI de Aracruz, Amanda Barbosa, de forma geral no cotidiano ela lida com um público vulnerável, que são crianças, adolescentes, mulheres e idosos: Vítimas de violência familiar ou sexual, maus-tratos, dentre outros.

 

“Quando falamos de público vulnerável, não podemos esquecer que necessitamos trabalhar em rede. Não há aqui ninguém que tenha um papel preponderante. Na maior parte das vezes, necessito de uma assistente social. Enquanto polícia civil, a minha incumbência está em apurar determinada conduta do indivíduo, em determinado fato, para que possa ser responsabilizado. Mas, às vezes, a mulher que passou por algum tipo de violência, necessita de um acompanhamento mais especializado, como um atendimento psicológico ou psicossocial”, salientou Barbosa.

 

“Precisamos nos perguntar: Quais são realmente os fatores, principalmente, em relação a violência de gênero? O que a nossa sociedade produz, enquanto indivíduos ou coletivos que propiciam o uso da força? Seja esse um recurso usado para subjugar alguém, porque quando falo de uma violência. É, quando o diálogo não é mais capaz. Então, vou fazer uso da minha força física, por exemplo. Quando há violência subentende-se que existe alguém, no topo, e alguém que é subjugado”, alertou a psicóloga Eliane Barcellos.

 

Na ocasião, as palestrantes convidadas explicaram alguns aspectos jurídicos da Lei Maria da Penha, falaram sobre as alternativas não-violentas no âmbito das relações interpessoais, especialmente, as conjugais e familiares. Também relataram várias experiências do cotidiano profissional de cada uma, enquanto profissionais da Casa Rosa de Aracruz, especificamente, a psicóloga, a enfermeira e a assistente social, bem como a delegada de Polícia titular da DEAM/DPCAI de Aracruz.

 

“Achei o momento extremamente enriquecedor e de grande valia, pois geralmente, no ‘Outubro Rosa’ damos muito enfoque na mulher em seu aspecto fisiológico que de fato é importante, porém, trazer átona a temática da violência contra a mulher, com profissionais que vivenciam, isso, diariamente, nos faz enxergar um problema tão complexo, quanto os fisiológicos. Momentos como esse despertam em nós o nosso papel enquanto cidadãos”, disse o estudante do 4º período, do curso de Enfermagem, Mateus Batista Martins.

 

Para a aluna do 10º período, do curso de Enfermagem, Letícia Caliman Oliveira, participar de uma roda de conversa com um tema tão importante e pouco abordado, que é a violência a mulher, com profissionais que vivenciam a realidade das mulheres do nosso município, foi um grande aprendizado.

 

“Ouvir essas profissionais relatarem suas experiências de forma compartilhada, enfatizando, os tipos de violência, como procedem em seus setores para nós, futuros enfermeiros, que iremos em breve atender essa população, nos faz refletir sobre o cuidado integral a saúde da mulher. Afinal, o cuidado deve ser não somente através de exames clínicos, é necessário ter um acolhimento mais humano, e perceber que essa mulher que busca o serviço de saúde, por muitas vezes, traz outras demandas que necessitam um olhar mais atento”, pontuou Caliman.

 

Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br

 

Data da publicação: 28/10/2022

Você pode gostar...

Tamanho da fonte
Contraste