Orientação Profissional foi o tema central do primeiro Ciclo de Palestras do curso de Psicologia
Os estudantes do 3º período de Psicologia da FAACZ deram início, no mês de maio, em um Ciclo de Palestras. A palestrante convidada foi a professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Carmem Virgínia Moraes da Silva, que abordou o tema “A proposta de orientação profissional na abordagem socio-histórica”.
A atividade aconteceu pela plataforma Teams da Microsoft e foi acompanhada pela professora do curso de Psicologia da FAACZ, Fernanda Silva de Almeida Resende. Virgínia é graduada em Psicologia (UFMG), mestre em Psicologia (UFRN), doutora em Educação e Contemporaneidade (UNEB) e pós-doutoranda em Psicologia (USP). Além disso, tem experiência como Psicóloga Escolar e Educacional há mais de 20 anos.
“Há diferenças entre uma orientação profissional e vocacional dentro da abordagem socio-histórica. Essa abordagem é uma Psicologia que nasce da Psicologia Social, pois tem um cunho de intervenção forte no âmbito social. Temos que pensar o sujeito e a sua relação com a sociedade, pois a habilidade é construída conforme o meio no qual o indivíduo está inserido. Sem contar que, uma sociedade produz cultura, tem marcos sociais, políticos, dentre outros”, pontuou a psicóloga convidada.
Na ocasião, a palestrante trouxe uma perspectiva de orientação profissional, considerando o sujeito concreto e ativo em seu meio, desconstruindo a ideia de vocação como uma habilidade natural. “Orientação profissional possibilita uma escolha profissional em sintonia com o conhecimento de si mesmo e da realidade do mercado de trabalho, uma escolha refletida e discutida que envolve angústia, dificuldades, concessões e também alegrias, no sentido de a pessoa assumir como responsável por si”, explicou Virgínia.
A palestrante apresentou uma proposta de intervenção utilizada por ela, com seus alunos, realizada em etapas. “Há 20 anos trabalho na área educacional e com crianças. Três grandes temas norteiam a orientação profissional: o significado da escolha (4 sessões); o trabalho (2 sessões); autoconhecimento e informação profissional (09 sessões). A escolha é muito mais ampla do que apenas profissional envolve as mudanças e opções que temos durante a vida do Ensino Fundamental ao Médio, ao Técnico Profissionalizante, ao Ensino Superior, por exemplo”, ressaltou Virgínia que também falou sobre alguns trabalhos realizados e apresentados em anais de congressos, etc.
Segundo a professora Fernanda o momento foi bem proveitoso. “Esse olhar da Psicologia Socio-Histórica não é comum em nosso estado e os alunos puderam ver o funcionamento dela na prática. A orientação profissional é mais um processo de autoconhecimento do que o processo de qual é a profissão da sua vida. Os universitários gostaram muito e pediram a Virgínia que voltasse outras vezes”, disse a professora do curso de Psicologia da FAACZ.
Virgínia também explicou para os universitários que as profissões e ocupações não são perenes e imutáveis; o ser humano é multideterminado; as pessoas podem lutar para mudar as condições em que vivem, tanto individual quanto coletivamente; entende o indivíduo na sua relação com a sociedade; problematiza o conceito de vocação; não existe natureza humana, existe condição humana; o homem é um ser ativo, social e histórico; o homem é criado pelo próprio homem; o homem concreto é objeto da Psicologia.
A palestrante finalizou dizendo: “A prática promotora de saúde a partir de reflexões sobre diversos aspectos, dá ao indivíduo a possibilidade de se apropriar de suas determinações. Que trabalho escolher, do que gosta, que futuro deseja, qual será uma boa escolha, dentre outros questionamentos”, salientou a convidada especial.
Texto: Alessandro Bitti
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