Roda de Conversa sobre “Saúde Mental e Prevenção do Suicídio” marca encerramento do “Setembro Amarelo” na FAACZ

Na última segunda-feira (26/09), aconteceu no auditório da FAACZ uma roda de conversa sobre “Saúde Mental e Prevenção do Suicídio”, em alusão ao Setembro Amarelo”, mês de prevenção e combate ao suicídio. A atividade foi organizada pela professora Marta Rossoni, que foi mediadora do bate-papo, com apoio do Comitê de Extensão e do Núcleo de Orientação e Apoio Psicopedagógico (NOAPS) da faculdade. Também marcou presença, a coordenadora do curso de Psicologia, prof.ª Karina Fonseca.

 

Prof.ª Marta Rossoni organizadora da Roda de Conversa. Fotos: Alessandro Bitti

Participaram do bate-papo, professores e estudantes dos cursos de Psicologia, Enfermagem e Direito da FAACZ. Dentre os convidados, estiveram presentes pessoas que relataram vivências reforçando a importância da temática da campanha, além de profissionais de serviços de saúde mental do município, como o médico psiquiatra do Centro de Atenção Psicossocial de Aracruz, Dr. Carlos Alberto Fiorot e a psicóloga Barbara Cristina da Silva Barros.

 

De acordo com Dr. Carlos Alberto Fiorot, o problema é que não conseguimos imaginar de fato o porquê de uma pessoa se suicidar. “O suicídio é uma expressão fenotípica (termo da genética usado para descrever as características observáveis de um indivíduo, que resultam da interação dos fatores epigenéticos com o genótipo e os fatores ambientais não herdáveis). Por isso, temos uma dificuldade enorme de compreender o sofrimento psíquico e o transtorno de saúde mental”, pontuou o psiquiatra.

 

“É preciso compreender os sinais que a pessoa está nos dando. Também é necessário que a gente trabalhe a mudança de ambiente desse indivíduo, se possível, de forma antecipada. Três palavras são importantes nesse processo: a confiança, o afeto e o acolhimento. Uma pessoa que está sob pressão, por longo prazo, precisa ser acolhida em sua totalidade, com as suas dificuldades. Essa dor pode não ser importante para mim, mas se é para essa pessoa tenho que dar importância e junto com ela tentar achar uma mudança de rumo, nesse comportamento”, pontou o médico do Centro de Atenção Psicossocial de Aracruz.

 

Universitários de Psicologia, Enfermagem e Psicologia participam atentos do bate-papo sobre “Saúde Mental e Prevenção do Suicídio”.

Para a psicóloga Barbara Barros o suicídio é algo difícil de falar, pois cabe em qualquer idade e âmbito social. “O sofrimento humano existe para todas as pessoas. Não sabemos o nosso futuro e nem os próximos passos que iremos fazer. O suicídio é uma condição de saúde mental, endêmica. No mundo, existem mais de 700 mil casos de suicídios confirmados por ano. Não existe palavra certa e nem forma de acolher”, disse.

 

Ainda de acordo com a psicóloga: “O que podemos é ajudar dando afeto, acolhimento e confiança. A melhor forma de ajudarmos, enquanto pessoas e não profissionais, é termos ouvido, pois as pessoas querem falar e você precisa escutar. Não seja omisso, seja presente, mas não curioso. Se coloque à disposição de quem precisa de ajuda”.

 

Para a estudante do 8º período de Psicologia, Nathalia Cristina Piffer Deptulsqui Natali, “as pessoas que lutam diariamente para que esse tema deixe de ser um tabu fazem deste tema, ser algo anual e não apenas do setembro. Nós, como futuros psicólogos, compreendemos a importância de falar sobre, sempre se tem algo novo a aprender. A palestra trouxe para dentro da instituição, um tema pouco falado e debatido, mas que afeta profundamente a quem perde alguém. A experiência trazida pelos convidados enriquece ainda mais o compromisso dos futuros psicólogos com a sociedade e nós mesmos”.

 

“O bate-papo ocorrido esclareceu muitas dúvidas a respeito de um assunto tão delicado como o suicídio. É realmente impactante ouvir de pessoas que passaram por situações próximas, percebemos que nossos comportamentos em sociedade afetam de forma drástica nossa vivência e, por conta disso, os desencontros e desentendimentos, a falta de afeto e colaboratividade nos faz sermos cada dia mais egoístas. Não dando o possível valor para essas vidas”, afirmou Pedro Ribeiro Costa, aluno do 8º período de Psicologia da FAACZ.

 

Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br

 

Data da publicação: 03/10/2022

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